sábado, 7 de julho de 2007

Alimento para a alma


Em 1972, com 5 anos nas costas, eu tinha como programa preferido ir com meu pai, ver os surfistas no arpoador nas tardes de domingo. A família almoçava no saudoso Luca's em Copacabana, e depois a passada no Arpoador era quase obrigatória. Nessa época dava pra estacionar os carros até quase a Praia do Diabo, então estacionavamos nosso carro e ficavamos observando os surfistas e as ondas. Sabíamos quase nada sobre surf, mas elegíamos sempre alguém como "o fera do dia", aquele que pegou mais ondas boas, mas era tudo viagem.
Surfar em prancha de fibra, pra mim, ainda era um sonho que só realizaria em 74, quando fiz 7 anos...Uma Barreto 6.3 remendada.
Meu primo Ricardinho tentou surfar em 74. Desiludido com o fiasco do Brasil na Copa, ele comprou essa Barreto e foi surfar lá em Copacabana, na altura da Figueiredo. Na primeira onda que tentou surfar, levou um caixote daqueles e quebrou a prancha ao meio, dando adeus também às suas esperanças de se tornar um surfista, pelo menos naquela ocasião... (ele tornou-se surfista em 81 sob minha supervisão e é fissurado até hoje). O fato é que essa prancha acabou sendo comprada por minha mãe ainda quebrada, e foi posta no conserto na loja do JS na Galeria River.
A primeira revista de surf que peguei nas mãos foi uma POP de um amigo de escola... ela mostrava fotos dos brasileiros no inverno havaiano de 73/74. Logo após foi lançada a BrasilSurf, que passei a comprar sempre que saía. Pouco depois, descubri por acaso, uma banca de jornais em Ipanema, que vendia Surfer e Surfing. Daí por diante, comecei a colecionar cada uma dessas revistas, e todas mais que eu pudesse conhecer. O resultado hoje em dia, é essa grande coleção, uma fonte inesgotável de alegria, conhecimento e inspiração... e pensar que isso tudo começou com uma BrasilSurf dada à mim, em 74, por minha avó que morava na Gávea.
Nunca entendi alguém que compre uma revista de surf, leia e a jogue fora. Por pior que ela seja. E já vimos trabalhos dignos de lixeira mesmo. Mas na real, jogar uma revista de surf fora é um crime!!! Agora, nada contra jogar no lixo essas Vejas, Épocas e Caras da vida, aliás, recicla. Mas revista de surf é outra coisa.

2 comentários:

7 ondas disse...

Ótima estréia, saudosismo sem melancolia, muita onda vem quebrando desde então. Vamos continuar a busca incessante pelo eterno sentimento de prazer, movido por sal e sol, camaradagem e irmandade.

Abraxx

Anônimo disse...

Beleza, Rodrigo....

Opcao de vida, sempre em contato com o mar...

Ótimo surfista, agora, conta aih.... SURF no Peró ?????

Pra surfista mesmo ????

Bom amigo, nunca consegui ver nada de bom lá....

surfei Geribá até ganhar 03 hernias lombares e dar adeus fisico ao SURF mas, nunca o adeus da mente...

O Tucuns tem umas boas ondas. Para variar curtas mas, boas ondas...

Agora, Peró ???? Qual o trecho, qual a época do ano. Pergunto pela época pela predominancia de condicoes favoraveis, nao acidentais (onda,vento,maré)

Abracos e muitas felicidades pela construcao.

Andre Silva
alnerval@uol.com.br